sábado, 17 de julho de 2010

aprendendo, aprendendo

Não foi nenhum livro que eu li. Não foi nenhum filme que eu vi. Foi o que me foi dado a viver e o caminho, o único, o que encontrei para respirar. Foi a minha ignorância. Minha não pretensão, o meu não julgamento e uma lente de amor a distorcer (ou revelar?) a poesia. Antes de ser dúvida, já era texto, já era lido, já era. Arte por ser expressão legítima do que o coração gritava. E assim, inteira, absolvida pela ignorância, cometi a simplicidade de dizer o que sentia. Fiz, sem saber que a sinceridade era um atrevimento. E acho que vai ser sempre assim.

Pedro, Pedro, Pedro

Muitas bebidas e uma noite a toa, uma noite sem fim. Tentando lembrar de voce, do que voce me deu. Ah, eu nem sei mais de nada. Eu quero ficar, ficar aqui nessa noite para sempre. Sem nenhum sentido. Com essas doses sem final. O que voce tem para dizer? E a minha cabeça nao ajuda agora.
Eu queria que todas as pessoas do mundo estivessem aqui para compartilhar essa agonia e essa felicidade.
Eu sou feliz.
Eu tenho uma violao, eu tenho paz. Eu tenho voce, Pedro!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

utopia inerte dentro de mim

" deixa eu te dizer antes que o ônibuis parta que você cresceu em mim de um jeito completamente inuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver nascer uma plantinha qualquer, pequena, rala, talvez uma avenca, uma samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento, essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado "

stef, stef, stef

Eu lembro de cada detalhe. Lembro de todas as nossas horas perdidas por nada, só por estar juntas. Eu lembro de você o tempo inteiro. E você me faz uma falta muito dolorida. Muito dolorida mesmo, dói no corpo inteiro. E dói com força.
Quando eu me deito, antes de dormir, eu lembro de você. Lembro de como o escuro era menos assustador, de como o quarto era menos entediante, de como a cama estava sempre bagunçada, de como a casa era cheia de risos e abraços, de como o Fred latia, de como você me cuidava, de como eu te mimava, de como nós éramos amigas.
Quando eu acordo, todas as manhãs, eu lembro de você. Lembro de como era lindo o sorriso, de como era quente o corpo no frio da manhã, de como era gostoso o café e a mesa, de como a música entrava, de como nós brindávamos, de como era doce a vida, de como você me sorria, de como eu olhava você.
Estou feliz por te ter de volta, sem ofensas, sem desaforos. Com um carinho intenso, imenso. Com amor, como tem que ser.
Eu lembro o tempo inteiro, e eu lembro de cada detalhe.
E eu nunca vou deixar de amar você. Você é a minha metade e é o que me faz feliz.

domingo, 11 de julho de 2010

agora eu vou

Voltei a fumar. Voltei com um desespero intenso e verdadeiro. Como se meu corpo precisasse da fumaça para ser meu corpo, como se eu precisasse disso para poder ser eu.
Daquele dia, daquele dia mogoado, para frente eu não consigo aquietar. A cabeça não para um segundo e eu fico me perguntando coisas e mais coisas o tempo inteiro.
Amanheço e quando vejo já é noite. E de repende, já é dia outra vez.
Porque eu não consigo entender o que eu fiz, eu não consigo entender o que você fez. Eu não entendo mais nada por aqui. Não, eu não entendo. Eu realmente estou tentando sair disso, fugir como se fosse um crime, e até é. É absurdo. É cruel.
Essas lágrimas em meu nome, tudo isso que você joga em mim sem dó. Ah, esse tormento todo!
Eu não quero voltar, não quero sentir o passado. Eu quero o que é novo. É, eu quero. Então, você pode ir embora? Pode desaparecer? Eu não quero parecer vil. Eu não quero os mesmos erros de sempre. Quero apagar o último cigarro e nunca mais voltar ao seu meio, nunca mais me perder no seu desencontro. Você pode ir embora agora? Tudo isso me faz tão mal.
Antes tudo estava tão certo. Tão guardado, escondido em algum lugar que não era eu. E agora você vem e rouba tudo. Ah, eu estou tão cansada! Cansada de tudo mesmo. Cansada de mim e dos meus desentendimentos, desses dias tão rápidos, dessas idas e vindas, desse ócio, dessas vozes, desses lugares.
Estou planejando ansiosa a viagem mais longa. E eu quero ir com tanta vontade. Eu quero ir mesmo para não voltar. Quero o ar novo no novo lugar. Quero chegar sozinha e continuar sozinha até acabar meu tempo. Cansei de gente. Cansei desses deuses que circulam por aí. Cansei de ser errada solitariamente. Cansei. Cansei de você, dela, de todos. Cansei de tudo mesmo e cansei com verdadeira agonia. Cansei dessas coisas que já não me fazem mais parte. Ah, eu estou indo embora. E não pretendo voltar. E desisti de esperar o que não chega nunca. Desisti de lutar e de ajoelhar por aquilo que nem quer ser meu. Estou indo embora e não vou com o caração partido. Estou indo tranquila. E estou deixando tudo. Tudo mesmo. As roupas, os discos, as palavras escritas em agendas velhas, você, ela. Estou me deixando aqui para nascer de novo noutro lugar. Vou levar os cigarros. E um pouco de café. É, vou levar também o cachorro. Apenas. E nada mais de mim. Nada mais de passado. Nada mais.
Voltei a beber também.
É, a vida é mesmo uma surpresa e uma guerra diária. É. E isso dá uma dor no peito. Então eu estou de partida. E isso me acalma.

você não sabe de nada

É que tudo ficou escuro de repente e você queria meu abraço, mas já era tarde. É, era bem tarde mesmo. Tudo já tinha acabado e era madrugada. E as madrugadas não são mais claras, você sabe tanto quanto eu.
Agora você anda por aí sem saber para onde vai e eu choro por você todas as noites. Porque você perdeu o seu brilho e o perdeu por nada.
Você me queria tão tarde e eu não pude ir. Não precisa morrer por isso. Não precisa me odiar.
Só me chama quando estiver quente, quando você estiver pronta que eu vou.
E se voce conseguir, eu deixo. Eu realmente te deixo entrar.

sábado, 10 de julho de 2010

desejos latentes

São dias que eu nem conto mais e tantos corpos exaustos que eu já perdi as contas.
Eu quero sempre mais, eu sou assim. Quero mais de você, de mim, dos outros. Quero mais beijos e mais calor. Quero mais cabelos, mais desejos, mais marcas, mais brindes, mais loucuras, mais sussurros, eu quero um pouco mais de tudo. Tudo é pouco para mim. E agora é tudo ou nada. Agora eu estou sempre por aí, sem lugar certo para parar. Pelas camas, pelas mesas, perdida nos cigarros que trago. Perdida nos goles que dou.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

i say a little prayer

O momento em que eu acordo, antes de eu me maquiar eu faço uma pequena oração pra você.
Enquanto eu penteio meu cabelo, agora. E penso no vestido que usar, agora. Eu faço uma pequena oração pra você.
Pra sempre e sempre, você ficará no meu coração e eu eu te amarei.
Para sempre e sempre, nós nunca nos separaremos. Como eu te amarei!
Juntas, pra sempre, é como tem que ser. Viver sem você só partiria meu coração.
E corro pro ônibus, querida. Enquanto ando, penso em nós, querida. Eu faço uma pequena oração pra você.
E durante a minha parada pro café eu faço uma pequena oração pra você.
Minha querida, acredite em mim. Pra mim não há mais ninguém além de você.
Por favor me ame também.

Parei.

Um ponto material está em repouso em relação a certo referencial.

domingo, 4 de julho de 2010

Pedro, Pedro, Pedro


Existe no mundo um menino amarelo que quer ser feliz. Que só quer ser feliz.
Na casa desse menino as paredes são coloridas e pelas portas tem declarações de amor.
O menino divide comigo esse mundão bem grande. E nós dividimos ainda o café, os dias e às vezes a cama.
Engraçado como vibra positivo o meu corpo quando o menino chega.
O menino parece criança e diz que me ama. E eu não consigo vivê-lo e observá-lo sem amá-lo mais e mais como um vício.
Pedro, Pedro, Pedro o que seria de mim sem você ?

amor amor amor

A tardinha, quando já é quase noite, eu penso em você. E imagino o seu silêncio do meu lado. Todos os dias olho o azul que brilha lá no alto e me perco no movimento das nuvens. Gosto muito do que isso me causa. Fecho os olhos e quase sinto a sua mão.
Às vezes, só às vezes, me vem uma ânsia de choro, é uma saudade boba e estranha. Saudade do que nunca foi meu. Saudade de você que ainda vai chegar.
Tudo isso é uma dorzinha no peito, mas me deixa tão livre e cheia de felicidade.
Na verdade esses longos quilômetros não são quase nada e esses dias de espera não vão me fazer parar. É tão forte e imenso o que você plantou em mim que o mundo estreita e você fica aqui, quase dentro de mim.
E enquanto seu corpo não dança pelas horas junto do meu, eu amo você aqui no meu lugar. Enquanto não temos dias marcados, eu guardo e gravo você nos meus sonhos. Enquanto nenhuma lembrança sua é recente eu fico aumentando o desejo de ter você para mim e conto os dias para isso.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ela, ela, ela.

Às vezes o tempo para e tudo ao meu redor fica mudo. Essa ausência dói, menina. Eu fico aqui um tanto estacionada pondo um pouco de você em tudo e ainda falta tanto tempo para que você realmente preencha esse lugar vazio, esse vazio que é seu.
Ontem eu falei bobagens sem tamanho e muita coisa mudou, sabe? Eu queria me enganar, mas esse sexo casual não excita nenhum pouco. Só deixa marcas que dói mais no peito do que nos músculos. Eu queria mesmo era as suas pernas e as suas unhas no lugar dos suspiros dessas tantas mulheres que comigo dividem a cama.
Eu não sei mais me enganar, você roubou todos os meus controles e eu te odeio por isso. Mas o seu cheiro, aquele cheiro antigo que eu ainda guardo aqui, toma o lugar do resto das coisas e eu me arrisco e digo: eu te amo. E isso é outra coisa que me tira a calma. Menina, você me rouba as palavras.
Você é mesmo um mistério assim como eu pensei. E essa coisa em você me atrai e me faz viver cada dia ansiando a sua presença.

*

A vontade que eu tenho é de arrumar as coisas e ir te buscar, te trazer logo para mim. Acabar com essa agonia de telefonemas esperados entre cigarros e mais cigarros. Acabar com esse caos que está minha vida, com a falta que você faz nos meus dias. Você que nem é real. Não tem gosto nem forma.
Daqui, de onde estou, não dá para ver céu nem mar nem você. Parece escuro até ao meio-dia. Parece vago e oco. Sei lá, é um caos sem fim. Sem nem início.
Eu que de você não sei nada, fico aqui flutuando esperando a resposta.
Parece mudo o espaço que é seu.