domingo, 13 de junho de 2010

Hoje eu tô assim'

É uma aflição. Um gosto bom na boca. E um suor inexplicável nas mãos. É mais ou menos assim que acontece. É uma coisa desmedida. Eu fecho os olhos e parece que por dentro deles eu colei fotos suas. Perece que eu lembro do seu cheiro de uns meses atrás. É um cheiro que não desgasta. Um cheiro bom. E você nunca tem hora para ir embora.
É uma agonia. Uma pressa para contar, para saber. Uma ânsia por um dia marcado. Um dia pintado no calendário para renovar o cheiro. Um dia qualquer para te esperar na esquinha. Fumar alguns muitos cigarros pelo seu longo atraso de um minuto. Um dia para dar brilho aos olhos enquanto você caminha na minha direção com um sorriso. Aquele sorriso. E mais um cigarro só para ocupar as mãos.
É um desespero. Eu me perco toda nessas voltas que a mente dá. Nessas curvas que você carrega. Nessas peças que a paixão me prega.

Bem Musical'

Sou um homem, sou um bicho. Sou uma mulher. Sou a mesa e as cadeiras desse cabaré. Sou o seu amor profundo. Sou o seu lugar no mundo. Sou a febre que lhe queima, mas você não deixa. Sou a sua voz que grita, mas você não aceita o ouvido que lhe esculta quando as vozes se ocultam nos bares, nas camas, nos lares, na lama.
Sou o novo, sou o antigo. Sou o que não tem tempo. Sou o que esteve sempre vivo, mas nem sempre atento. O que nunca lhe fez falta. O que lhe atormenta e mata.
Sou o certo. Sou errado. Sou o que divide. O que não tem duas partes na verdade existe. Oferece a outra face, mas não esquece o que lhe fazem nos bares, na lama, nos lares, na cama.
N.M ~